sábado, 15 de janeiro de 2011

AGORA JA SOU GENTE GRANDE


Eu me dei ao trabalho de prometer a mim mesma que no momento da queima de fogos eu não pediria nada. Absolutamente nada. Pularia as 7 ondas, comeria as 7 uvas. Mas apenas por costume. Eu me sugeri não desejar nada. Apenas agradecer. Agradecer à todas as coisas que aprendi. Todas as coisas que conquistei. Todas as pessoas que amei. E no ultimo segundo do ano passado eu me dei conta de uma coisa que, a princípio, me assustou. Eu virei adulta. Puft. Cresci. Justo eu que sempre tive paúra de crescer. Sempre tive medo de ser adulta. Das responsabilidades. Trabalho, casa, dinheiro. E meu sonho sempre foi ter uma secretária pessoal que resolveria todas as minhas burocracias. Ser adulto pra mim era isso. Pagar contas, pensar em comprar uma casa, cuidar da carreira, planejar uma família. E não. Foi preciso que o último segundo da década passada me derrubasse a última ficha pra eu entender que não. Ser adulto é ter o poder de fazer escolhas. Eu fiz escolhas. Resolvi dizer não no lugar onde sempre dizia sim. Experimentei dizer sim quando achava que só me restava o não. Certo ou errado. Definitivo ou passageiro. Eu fui a única responsável por todas as coisas que me aconteceram. Pelas coisas que me levaram à outras. Eu fiz uso do meu poder. O meu poder de escolha. O meu direito de decidir o rumo das pequenas coisas. O meu dever de agir como adulta, consciente e vacinada. Se eu estou aqui hoje é porque há meses atrás eu tomei uma decisão que naturalmente foi me levando a outros lugares até finalmente me trazer até aqui. E que ainda irá me levar a outros lugares ainda inimagináveis. Ser adulto, de repente, não é de todo ruim. Ser gente grande nos dá o poder. O poder de todos os dias decidir uma pequena coisa. De todas as semanas escolher médias coisas. E de todos os anos nos sugerir grandes coisas. Eu virei gente grande a partir do momento em que comecei a ser a única responsável pelas minhas decisões. E sem “uni-duni-tê” ou “minha mãe mandou”. Contando apenas com a matemática e a intuição. Se eu fiz as escolhas certas eu não posso afirmar com certeza. Mas eu fiz as escolhas. Eu tenho esse poder.

E pra não começar o ano contando mentiras, devo confessar que num breve momento eu, sem me dar conta, desejei algo. Sem querer, querendo eu tive um desejo. E já decidi que um dia ele vai acontecer.

Um comentário:

  1. Muito bonito o texto de sua postagem! adorei! Sandra
    http://projetandopessoas.blogspot.com//

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