sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TOMARA...



Noite de domingo em São Paulo, frio cortante
na cama embaixo de cobertor e edredon
vejo uma entrevista com meninos que moram nas ruas:
repórter:- É Deus quem te guia ?
menino:- Tomara!

Que esperança e crença
pode ter um menino que além de morar na rua, dorme empoleirado no toldo dos corredores de ônibus,
para se proteger dos "grandes"?
Esperança que exista alguém ainda maior que possa protegê-lo.
Tomara!

Eu como aquele menino de rua, tenho optado por crer que existe sim um Deus, uma vida depois disso tudo, uma vida antes , onde tudo possa se justificar e ter enfim um sentido e justiça...É insuportável não crer, é insuportável que a vida desses meninos e de tantas outras pessoas, seja só um amontoado de dor e carência e que ao final, tudo termine assim...Uns morrendo de dor, outros de frio e de outras tantas formas desumanas.
Prefiro e preciso acreditar que um Deus lá de cima olha, abençoa e de alguma forma promete dias melhores... Mas também não posso negar, que temos uma parcela de culpa horrível, no estados de todas as coisas e vidas.
Em um dos filmes que compõem o documentário 11 de setembro, quando a professora comenta que um avião destruiu uma das torres, um menininho pergunta:
_ Foi o Deus?
Ao que uma outra menina responde:
_ Não seu bobo, o Deus não faz aviões, o Deus fez os homens!

Tem muito “humano” por aqui brincando de Deus e destruindo vidas, tem muita gente fornecendo as armas para depois, baseado no “perigo que é alguém armado” se outorgar o direito e o dever, de ir até lá desarmar, matar e “cuidar do território”.
Tem muito “humano” fomentando a violência, patrocinando e lucrando com o crime e toda uma série de injustiças sociais, para depois pedir pena de morte.

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